Desmistificando a prática de Yoga para quem duvida dela

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Foto: pixabay.com

Editor: Fátima Moraes

Namastê. A saudação com origem em sânscrito que hoje estampa produtos e legenda fotos tornou-se popular graças a um dos contextos em que é usada: o Yoga. Mesmo que aplicativos, canais de Youtube e outros recursos virtuais venham tornando a prática cada vez mais comum, muitos estereótipos, tabus e falsas impressões ainda mantém praticantes em potencial fora dos tapetes de Yoga.

 

Flexibilidade em questão

Parte do reconhecimento do Yoga vem das suas posturas, as ásanas, às vezes de grande complexidade. Captando a atenção e causando em alguns o desejo de poder reproduzi-las, as poses milaborantes são também a origem da ideia de que o Yoga exige uma flexibilidade extrema.

Essa concepção, no entanto, não passa de um mito. A prática possui vários níveis, desde o mais simples até o das posturas invertidas e complexas. Mesmo quando as aulas ou sequências não são voltadas especificamente para iniciantes, todas as posturas possuem versões e adaptações aos corpos menos flexíveis. O Yoga tem como um dos ideais o respeito ao próprio corpo, ouvindo-o e obedecendo seus limites.  Não importa se você consegue ou não tocar os dedos dos pés. A prática do Yoga é pra você, e trará benefícios com ou sem as versões mais avançadas das posturas.

Cabe lembrar também que flexibilidade é algo que o corpo constrói em seu tempo, com a prática frequente. Além disso, mesmo os Yogis mais flexíveis não fazem posturas extravagantes todos os dias. Cada prática é única e respeitar o corpo é o mais importante. Você pode ter conseguido fazer uma determinada postura ontem, não conseguir hoje e então conseguir de novo amanhã.

“Não tenho concentração pra isso”

Assim como a flexibilidade, a concentração na respiração e o alinhamento dela com os movimentos é uma questão de treino. Com o tempo, deixar os pensamentos de lado e focar nas posturas vai ficando mais fácil. Contudo, não há fórmula mágica: mesmo alguém experiente vai continuar perdendo o foco vez ou outra. Por isso, a verdade é que o Yoga não é sobre se desligar dos pensamentos, mas sim sobre voltar a atenção da mente para a prática sempre que ela se desviar.

“É muito parado”

Existem diversos estilos de Yoga.  É verdade que alguns deles são mais estáticos, voltados para a respiração ou para o sustento das posturas.  Há também, no entanto, modalidades dinâmicas, focadas em fluir e movimentar. Além disso, não se engane! “Parado” não significa fácil, e ficar na mesma pose por vários minutos seguidos pode exigir muito de você e de seu condicionamento físico.

Outra motivo para a monotonia do Yoga ser um mito é a comum fusão da prática com outros tipos de exercícios.  Um exemplo é o pilates, originando o que chamam de Yogalates. Existem também os Yoga Workouts, que unem as ásanas a movimentos e repetições focados em trabalhar e/ou tonificar partes específicas do corpo ou ele por inteiro.

A questão da idade

Assim como idosos preocupados com a idade, há muitos pais que se perguntam se seus filhos podem ou não aderir à prática. A resposta é simples: Yoga é pra todo mundo, não importa quantos anos você tenha! É certo, no entanto, que cada faixa etária tende a ter um estilo que se adapta melhor às suas especificidades. As crianças, por exemplo, tendem a gostar de aulas mais animadas, e a se interessarem por posturas com nomes de animais.

Já se você é de idade avançada, é interessante que preste bastante atenção nos sinais e limites do seu corpo, e busque proteger as articulações. Caso necessário, converse com um médico ou com seu professor de Yoga a respeito de tipos de postura que podem ou não serem feitas de acordo com sua saúde.

Uma dica é que alguns profissionais oferecem práticas especificamente voltadas para o público juvenil ou senil.

Yoga é religião?

Não e você pode praticá-lo independentemente de qual for a sua.  É verdade que, em algum momento de sua história milenar, o Yoga se cruzou com o hinduísmo. Porém, mesmo que a prática siga princípios, nenhum deles é religioso ou ligado a qualquer culto, divindade ou crença.

Outro fato é que algumas das ásanas têm seus nomes em sânscrito relacionados à divindades hindus. É comum que as posturas sejam nomeadas animais, e como alguns deuses hindus são representados com formas animais, há nomenclaturas relacionadas a eles.

A maioria dos praticantes de Yoga não se incomodam com isso, mesmo os mais religiosos – até porque é raro que os nomes em sânscrito sejam mencionados pelos professores. Por exemplo, ao invés de Hanumanasana, nome derivado do deus chamado Hanuman, é  muito mais comum  que se diga apenas postura do macaco. 

Se mesmo com o nome em português você se sente incomodado em realizar essas posturas por conta de questões religiosas, não há problema! Você pode fazer uma pesquisa prévia sobre ásanas com nomenclaturas de origem parecida e pulá-las na hora da prática – acredite, seu professor não vai se importar.

O Yoga pode ser mais ou menos espiritual pra você de acordo com suas crenças, intenções e com o que você deseja tirar dele. Em verdade, é comum que só os instrutores se aprofundem em princípios, origens, mantras e questões mais profundas, enquanto os demais praticantes ficam apenas na prática das poses. Sendo em relação a religião ou não, ser Yogi é adaptar a prática a você, ao seu corpo, seus limites e necessidades.

Em outras palavras: Yoga é para todos.

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