Autor: Natália Monteiro Batista
No dia 27 de setembro deste ano, os fãs de Rita Lee foram agraciados com o lançamento de “Change”, canção inédita da cantora paulistana, que não publicava faixas novas desde 2012, ano em que seu álbum “Reza” veio à luz.
A composição, de autoria da roqueira e de Roberto de Carvalho, seu esposo e parceiro musical de longa data, foi escrita em inglês, e tem o refrão em língua francesa. Os compositores utilizaram-se do fato de o termo “change” significar “mudança” nos dois idiomas para batizar o título, o que confere uma pitada de bom-humor e espontaneidade à produção, marcas características dos artistas.
“Change” – sonoridade dançante e moderna
A música traz, também, uma sonoridade dançante e moderna, graças ao trabalho de Gui Boratto, DJ brasileiro de renome internacional, que remixou a obra. Além da proposta dançante, a letra convida os ouvintes a refletir sobre a vida de modo crítico, e a assumir uma postura questionadora perante o cotidiano, o que vai ao encontro do estilo contestador e revolucionário da artista de 73 anos, que possui uma trajetória pessoal marcada pela defesa a causas sociais, como a garantia à liberdade de expressão e a proteção aos animais.
“Change” já conta com um videoclipe
A faixa também já conta com um videoclipe, em que a cantora aparece dançando, gesticulando e brincando com um figurino composto por estrelas douradas, ao lado de Roberto de Carvalho, na guitarra, e Boratto, nas pick-ups.
Exposição no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, para homenagear a carreira de Rita
Para homenagear a carreira e o percurso da cantora, uma exposição no Museu da Imagem e do Som foi organizada em São Paulo, com curadoria de João Lee, também músico e filho de Rita e Roberto. O acervo exposto conta com estátuas de cera, letras de músicas, roupas e objetos pertencentes àquela que revolucionou o rock brasileiro. Os admiradores da autora de “Lança Perfume” e “Erva Venenosa” podem visitar o local até 28 de Novembro.
Você conhece a Rita Lee?
Considerada por muitos como a “Rainha do rock brasileiro” (mesmo se a alcunha não agrade completamente à cantora), Lee vem revolucionando a cena musical brasileira desde os anos 1960, quando começou a ganhar fama nacional graças à sua atuação na banda “Os Mutantes”, grupo de caráter experimental que mesclava influências do rock e música eletrônica à Música Popular Brasileira (MPB), no contexto do Movimento Tropicalista.
Nas décadas seguintes, a paulistana integrou o grupo Tutti Frutti, no qual cantou e tocou instrumentos, como violão e piano. Durante a década de 1970, a artista sofreu com a opressão da ditadura militar brasileira (1964-1985), e acabou sendo presa durante a sua primeira gravidez. Entretanto, Rita foi resgatada por Elis Regina (um dos maiores nomes da MPB), permaneceu fiel às suas convicções e defendeu a liberdade de expressão, tendo sobrevivido a oscilações da crítica musical brasileira, que nem sempre foi receptiva à genialidade de Lee. A roqueira é autora de verdadeiros hits, que extrapolaram as fronteiras nacionais e influenciaram a música internacional, como é o caso de “Lança Perfume”, canção apreciada até pelo príncipe de Gales.
Rita Lee – atriz, apresentadora de televisão, porta-voz de causas animais, escritora
Espontânea, energética e autêntica, Lee já foi atriz, apresentadora de televisão, é porta-voz de causas animais, e se lançou na literatura com livros infantis, com uma autobiografia e outras publicações. A artista é sinônimo de liberdade, criatividade e seu legado continua influenciando diferentes gerações. Viva Rita Lee!
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Fontes:
- https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2021/09/4951830 change-rita-lee-e-homenageada-em-exposicao-no-museu-da-imagem-e-do-som.html
- https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2021/09/4952266-change-primeira-musica-inedita-de-rita-lee-em-nove-anos.html
- Rita Lee: uma autobiografia. Globo Livros, 2016.
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