Um dos jovens que foi influenciado por esta oportunidade incrível ERASMUS+ é Daniel Fischer. Conheci o Daniel há quatro anos, durante o meu primeiro intercâmbio, na França, onde ele era o líder do grupo dos portugueses. Tem 26 anos, é de Lisboa e trabalha como osteopata.
ERASMUS+ é claramente uma das melhores experiências na vida de um jovem. Oferece a possibilidade de encontrar pessoas de outros países, aprender mais sobre várias culturas e estilos de vida e, também, debater diversos assuntos mais ou menos controversos sobre a sociedade em que vivemos.
A primeira oportunidade com ERASMUS+, um SVE de 11 meses na Suécia
Começou as suas aventuras europeias através da Associação Mais Cidadania. Apesar de nunca ter trabalhado lá, tem colaborado com ela como mentor de voluntários no âmbito do Serviço de Voluntariado Europeu, ou mais recentemente, do European Solidarity Corps.
O primeiro projeto internacional em que participou foi um SVE de 11 meses em Gotemburgo, na Suécia, entre 2012 e 2013. Na altura tinha 18 anos e tinha acabado o 12º ano, mas ainda não sabia o que queria seguir de estudos superiores. Então, aquela foi uma excelente opção que lhe permitiu crescer.
Daniel também participou em cerca de cinco projetos, entre intercâmbios e training courses. Tive a oportunidade de falar com ele e descobrir mais sobre o que é que o programa ERASMUS+ lhe ofereceu como voluntário e mentor.
Quando ouviste sobre os intercâmbios de jovens ERASMUS+ pela primeira vez?
Daniel Fischer: Sobre os intercâmbios, talvez em 2013-2014, mas sobre os projetos de voluntariado foi antes, por volta de 2011.
Qual foi a razão por que quiseste participar?
Daniel Fischer: Sempre tive imensa vontade de conhecer novos lugares, pessoas novas e culturas. Estes projetos internacionais são uma excelente ferramenta para o fazer, uma vez que vives durante cerca de 1-2 semanas com um grande grupo de pessoas que não conhecias de lado nenhum, tornando-se assim uma experiência muito intensa, que permite a criação de certos níveis de confiança que de outro modo não existiriam.
Lembras-te do teu primeiro intercâmbio? Como foi a experiência ERASMUS+?
Daniel Fischer: O meu primeiro intercâmbio foi em 2014, também na Suécia. Foi bastante intenso, conheci muitas pessoas com as quais ainda tenho alguma relação até aos dias de hoje.
Quantos países conseguiste visitar graças aos intercâmbios?
Daniel Fischer: Através destes projetos visitei a Suécia, França, Roménia e Malta. Não sou o melhor exemplo da oportunidade de conhecer lugares novos que estes intercâmbios oferecem, em todos eles conheci alguém que já tinha visitado a Europa quase toda só desta forma, mas ainda assim gostei muito!
Conta-me um pouco sobre os projetos em que participaste. Tens algumas recordações engraçadas ou inesquecíveis? Qual foi o teu intercâmbio favorito e por quê?
Daniel Fischer: Acho que o meu projeto favorito será sempre o primeiro, os tais 11 meses fora, uma vez que houve um bocado de tudo nesses meses. De resto, gostei de todos eles e todos foram únicos, alguns pelo tipo de função que exercia, outros porque tiveram alguém que marcou mais. Contudo, acho que o intercâmbio que mais se diferenciou dos outros foi um na Roménia. O tema era a importância do vinho na cultura de alguns países europeus…
Fizeste amigos de outros países? Quais são as vantagens de conhecer pessoas de tantos lugares da Europa?
Daniel Fischer: Muitos! Uma das grandes vantagens é que passas a ter alguém para visitar em mais cantos do mundo. Ao mesmo tempo, é super gratificante quando uma dessas pessoas te visita e tens a oportunidade de lhes mostrar um bocado do teu local.
Como tens a oportunidade de conhecer várias pessoas de diversos países durante um intercâmbio, achas que a tolerância dos jovens em relação a outras culturas consegue aumentar?
Daniel Fischer: Ainda que cada país tenha a sua própria cultura, neste tipo de intercâmbios vemos muitas vezes semelhanças entre a cultura do nosso país e a dos outros participantes, o que é muito bom uma vez que nos dá uma perspectiva diferente sobre a vida num local onde nunca fomos. Ajuda-nos a quebrar certas “barreiras” mentais que não sabíamos que tínhamos e, por isso, acho que esta é uma ferramenta muito importante para aumentar a tolerância para com outras culturas.
Por causa da pandemia, este tem sido um período muito difícil para todos. Tendo em conta as restrições de viajar, foste afetado pelas mudanças no mundo, como voluntário? E o trabalho da Associação?
Daniel Fischer: Não posso falar pela Associação em si, mas sim pelo meu trabalho enquanto mentor. Sinto que a pandemia não me permitiu envolver tanto quanto o costume com o voluntário em questão, não só por não me poder encontrar presencialmente com ele, mas também porque as suas tarefas foram adaptadas aos tempos de pandemia, sendo assim incapaz de prestar auxílio.
Recomendarias aos jovens que experimentassem este tipo de intercâmbio? Que conselhos tens para os que querem aproveitar a oportunidade ERASMUS+?
Daniel Fischer: Claro que sim! Acho que o devem fazer. Infelizmente, em Portugal existe muito uma cultura que quase “força” os alunos a entrar para a universidade assim que acaba o ensino secundário. Penso que isto está errado, uma vez que muitos de nós não fazem ideia do que querem fazer no futuro.
Então, acho que em vez da pessoa ficar a saltar de curso em curso até se descobrir, ou fazer um curso com o qual não se identifica só porque sim, beneficiaria muito mais de uma experiência no estrangeiro. No caso do Voluntariado Internacional (European Solidarity Corps), acabam por ser entre 2 e 12 meses de experiência de trabalho num meio mais descontraído, o que permite ganhar alguma maturidade.
Quer ler sobre a nossa revista HOLISTIC e porque é que “a aventura é o nosso combustível”?
Felizmente, ERASMUS+ é um programa com grandes projetos, como referido antes, como intercâmbios, training courses e até mesmo o atual “ESC”. Dentro de tantas opções, certamente alguma delas se aplica à pessoa que a procura. É questão de estar atento a associações como a Mais Cidadania e outras, que promovem com frequência este tipo de projeto.
Neste momento não tenho a certeza sobre o financiamento destes projetos, mas se não me engano, continuam a ser praticamente 100% gratuitos para todos, dando assim oportunidade a pessoas que não teriam condições financeiras de participar de outra forma.
E por último, quais são os teus planos para o futuro? Depois da pandemia, queres participar em mais intercâmbios ERASMUS+?
Daniel Fischer: Bem, o principal agora é continuar a investir na minha profissão, mas estou sempre aberto a novos intercâmbios!
As pessoas gostam de viajar e de conhecer novos lugares, que os podem oferecer novas oportunidades e perspetivas sobre a vida.