Tradução: Alexa Nica
No ano 51 a.C., após a morte do seu pai, Cleópatra torna-se Cleópatra VII do Egito, o último governante do Reino Ptolemaico do Egito, rainha e faraó. O seu reinado tem um começo não muito promissor, caracterizado por penúria, crise económica, aridez, guerras civis, dado que não queria partilhar o poder com Ptolemeu, seu irmão. As alianças militares feitas com os mais poderosos governantes romanos não foram apenas o método através do qual Cleópatra conseguiu obter o poder mais desejado, mas também o amor.
A etimologia do nome
Cleópatra provém do grego antigo “Κλεοπᾰ́τρᾱ”, significado “a glória do seu pai”, nome feito por “κλέος” (kléos, “glória”) e “πᾰτήρ” (patḗr, “pai”). Apesar desse significado, a filha favorita do seu pai foi Arsinoe, a irmã mais jovem da rainha.
Os primeiros anos do reinado
Cleópatra e o seu irmão, Ptolemeu XIII, casaram (um costume naquela altura para guardar o poder dentro da mesma família) e foram designados sucessores para liderar Egito, mas cada um deles queria a supremacia e a divisão do poder não era uma solução.
Ptolemeu assegura-se que o nome “Cleópatra” vem apagado de todos os documentos oficiais e as moedas com o seu rosto, derretidas. Uma vez no exílio, ela lidera uma rebelião ao redor da cidade de Pelusium, mas isso não basta para retomar o poder desejado. Aquilo que faltava era um aliado forte, com um exército bem organizado. Aqui é que começa a história entre a rainha e Júlio César.
Cleópatra e Júlio César
Após vencer na guerra com Pompeii, César chega no Egito. O conto do encontro deles vem assim: ela foi amarrada dentro de um tapete e mandada para o palácio onde morava César. Ela consegue captar a sua atenção. Naquele momento, Cleópatra tinha 22 anos e César, 53.
Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno, toda a face da Terra teria mudado.
– Blaise Pascal, que achava que foi isso mesmo que atraiu os governantes romanos
A beleza da rainha é um assunto controverso. Certamente, a rainha egipciana não pode ser chamada de “linda” pelos padrões contemporâneos. Tinha um nariz aquilino, lábios estreitos e queixo proeminente.
Além do aspeto físico que é, mais ou menos importante, Ela foi a primeira governante que aprendeu egipciano com o alvo de comunicar com os servidores, sem qualquer tradutor. Diz-se que sabia 6 idiomas e que estava muito preocupada em enriquecer os seus conhecimentos.
Um momento devastador durante a guerra foi o incêndio da Biblioteca de Alexandria. Isso foi causado pelo corte das linhas de comunicação pelo inimigo. César foi forçado a incendiar os navios e o porto.
A guerra acabou com a vitória de César no ano 47 a.C. e Cleópatra começou a reinar. No mês de julho do mesmo ano, Cleópatra dá à luz um menino e diz que pertence a César. Chama-o de Ptolemeu XV Filópator Filómetor, chamado de “Cesarião”.
O assassinato de César por um grupo de senadores no dia 15 de março 44 a.C. representa o momento em que Cleópatra se torna vulnerável.
Cleópatra e Marco António
Marco António chama Cleópatra para Ásia Menor, a Tarsus, uma vez começando administrar as províncias no Leste do Império Romano, para responder às acusações conforme às quais seriam apoiados pelos inimigos.
Ela sabia com certeza que queria encontrar um novo aliado – Marco António mesmo. Ela aparece a Tarsus num navio, vestida como a Deusa do Amor, Vênus, e consegue seduzi-lo.
Apesar de Marco António voltar para Roma e casar com Octavia, a irmã de Otaviano, para consolidar a relação com ele, continua a amar Cleópatra. Chegam a ter dois gémeos, um menino e uma menina – Alexandre Hélio e Cleópatra Selene II e mais um filho, Ptolemeu Filadelfo.
Os próximos anos serão marcados por tensões e ataques de propaganda. Em 31 a.C. Otaviano declara guerra a Cleópatra e, implicitamente, a Marco António. Os inimigos de Otaviano aliaram-se a Marco António, mas os ilustres comandantes militares de Otaviano obtiveram vitórias significativas contra Marco António. No dia 3 de setembro de 31 a.C. um confronto de frota ocorre em Actium, Grécia. Após longas batalhas, a Rainha quebra sua promessa a Marco António e parte para o Egito com 60 dos seus navios. Após 7 dias, as forças terrestres de Marco António cedem.
Cleópatra refugia-se num mausoléu e Marco António é informado de que a Rainha morreu apunhalada por espada. Pouco antes da sua morte, ele recebe um mensageiro informando-o de que a Rainha está viva. Marco António ordena que ela seja levada para ele e implora que ela faça as pazes com Otaviano, e ele morre logo depois. Os romanos chegam triunfantes e Cleópatra tenta, sem sucesso, seduzir Otaviano.
Uma tragédia sobre Cleópatra e Marco António ia ser escrita por William Shakespeare mesmo, que ia ficar ainda mais famoso com a adaptação do século XX.
A morte de Cleópatra, cheia de mistério
Ao saber que será enviada a Roma, como troféu para Otaviano, Cleópatra opta por morrer com dignidade, como uma rainha. Assim, ela veste-se com as melhores roupas e cuida daquilo que ia acontecer após a sua morte: ela deixa seu filho, Cesarião, como governante do Egito, recebendo o nome de Ptolomeu XV.
Os historiadores dizem que a rainha pede às criadas um cesto com uma cobra para ela meter no peito. A cobra teria mordido bem no coração, causando uma morte rápida. Aparentemente, a agonia dela durou 3 horas. As opiniões divergem sobre a cobra: diz-se que era uma víbora ou cobra egípcia, símbolo da coroa dos faraós.
Outros historiadores rejeitam essa hipótese por causa do curto período em que Cleópatra agonizou. Outras teorias possíveis são o assassinato pela espada, até mesmo por Otaviano, ou a morte por envenenamento, o veneno sendo colocado na água por Otaviano.
Após a morte da rainha Cleópatra, Otaviano mata Cesarião, anexa o Egito ao Império Romano e usa as riquezas da Rainha para pagar seus veteranos.
Cleópatra – a musa eterna
Entre as adaptações mais conhecidas da história da rainha egipciana contamos a do ano 1963, quando Elizabeth Taylor interpretou a Rainha. Outros filmes foram lançados nos anos 1917, 1934 e 1999.
Fontes: