O dia 25 de abril marca um evento inesquecível na história de Portugal, nomeadamente a Revolução dos Cravos, sem a qual o “Portugal” que nós conhecemos agora não seria o mesmo. Neste dia histórico, as forças armadas derrubaram o regime ditatorial imposto por António Salazar que tinha sido implementado desde o golpe de estado de 1926.
Como ocorreu a revolução e quais foram as razões atrás dela?
Desde o golpe de estado de 1926, António Salazar teve um papel muito importante no regime que era implementado e o seu poder continuou a crescer dia após dia. Em 1928, foi nomeado ministro das finanças pelo general António Óscar de Fragoso Carmona e em 1932 ele tornou-se o primeiro-ministro, função que ele iria ocupar até 1968.
Portanto, a sua ascensão ao poder foi muito rápida. Em 1933, foi implementada uma nova Constituição por meio da qual os direitos à livre expressão, reunião e organização foram suprimidos e Portugal foi designada como uma república unitária e corporativista sob o nome de “Estado Novo”.
O regime autoritário foi caracterizado pela censura e pela opressão da população através da polícia secreta. Além dessas razões, um outro fator muito importante que conduziu à explosão da revolução foi o desejo da população de acabar com a colonização na África. Parece que, por causa da guerra colonial, Portugal sob o regime do António Salazar gastou muito do seu orçamento na administração colonial para se assegurar que as colónias estavam sob controlo.
A Revolução dos Cravos nos olhos da Europa
Isso resultou em Portugal tornar-se pouco a pouco mais isolado do resto do mundo, o que fez muitos jovens emigrar. Como consequência, o Movimento das Forças Armadas decidiu remover o regime autoritário e a revolução começou na noite de 24 abril de 1974 com a transmissão da canção representativa do Portugal para a competição do Eurovisão, chamada “E Depois do Adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho.
A difusão da canção constituía a mensagem para as tropas iniciarem o golpe de estado. O segundo sinal foi uma outra difusão, no dia 25 de abril, de uma outra canção, “Grândola, Vila Morrena“, canção que naquela época era proibida em Portugal.
No mesmo dia, os comandantes que eram fiéis ao regime autoritário, foram presos e milhares de portugueses saíram às ruas para apoiar as tropas que lutavam contra o regime. Depois do sucesso das tropas em remover o regime e aqueles que tinham o poder, a condução do país foi tomada pela Junta de Salvação Nacional.
O novo governo decidiu acabar com a guerra colonial e negociar a retirada das tropas portuguesas das colónias africanas. Um resultado que vale a pena mencionar é o facto que, depois desta revolução, pela primeira vez na história de Portugal, teve lugar uma eleição democrática. Isso aconteceu mesmo no dia 25 de abril, mas no ano seguinte.
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Por quê a revolução tem o nome “Revolução dos Cravos”?
Apesar da presença de tropas armadas na revolução, quase nenhuma arma foi disparada. Portanto, a revolução foi muito pacífica pensando no número de vítimas deixadas para trás, porque o evento acabou com apenas quatro óbitos, mas essa não é a única razão pela qual a revolução tem esse nome.
Na verdade, o que se passou é que, no momento em que os portugueses saíram às ruas para mostrar seu apoio para as tropas que estavam a lutar contra o regime autoritário, eles ofereceram cravos aos soldados. Os soldados colocaram as flores recebidas nos focinhos das suas armas e nos uniformes. deles.
A Revolução dos Cravos foi muito pacífica
Portanto, o facto de a revolução ter tido poucas vítimas e dos cravos oferecidos às tropas fizeram com que o movimento ganhasse o nome de “Revolução dos Cravos”.
Vale a pena mencionar também que esse evento foi o terceiro golpe de estado em 60 anos e fez possível a mudança de Portugal para o país que nós conhecemos hoje em dia. Para marcar a importância da revolução, a maior ponte suspensa da Europa, que antigamente era chamada de Ponte Salazar, recebeu o nome de Ponte 25 de Abril.
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